Edigles
Guedes
A
borboleta – atriz que desperta suspiros
Dos
telespectadores da Natura tela –
Passeia de
mala e cuia pela janela oblíqua
Do meu
quarto, tão maldormido quanto noite
De insônia, aturdida por pardais pesadelos.
O que vieste
fazer cá, comigo deitado
Na cama
preguiçosamente desforrada?
Medito com
os botões agasalhadeiros.
Melancólica,
macambúzia como só ela
E mais
ninguém; olha para mim mui longínqua,
Co’ olhos
e antenas agudos, fogos de açoite.
De súbito,
deu à espinha, assentou os cabelos.
Demasiado
rápido apanho o bicho alado,
E vejo que
era uma mariposa cifrada!
8-9-2011.