Sapateiro


Edigles Guedes


Peleja com sua ferramenta de puro aço;
Pugna contra couro, antes que forno-chicote
Assopre sua víbora língua — chocolate
Sabor de suor e muito siso de palhaço;

Brinca de acrobacias na mão com o martelo,
Que faz caretas de mímico sorrateiro.
E, ribomba esse bombo bastante ligeiro,
Não dá pista de paradeiro ou perdido elo,

Que une o prego ao sapato inteiro — mero, outrora,
Trapo de couro ou parco pano: tapeçaria.
Melro de bico amarelo, finório; embora

Boa gente, de fala pouca, de má toleima?
Prossegue seu ofício de verme, solitária:
Sonda e cola a sola ao fundo de sobreteima!


21-9-2011.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...