Edigles
Guedes
Cai uma
gota de açúcar no café de poema.
Tal como o
açúcar é branco refinado, fino
Ou
extrafino, assim são algumas palavras mansas;
Ora existe
açúcar pardo, o mascavo amargo,
Ora há
palavras acres co’ ácaros na entranha.
Porém, o
café (doce ou amargo) tem floema
Negro,
esclerócitos, e sangue sem fio tino.
E, por
mais que tenha cara de boba ou tansas
Tranças de
Rapunzel, leva consigo embargo,
Estorvo
que é essa via de mão dupla: a patranha
Do sentido
e significante, tantas vezes
Esquecido
e porto nas páginas de ilustre
Dicionário
–– amigo das sirtes e revezes.
Deito a
palavra incógnita, agra luz sem lustre.
10-9-2011.