Edigles
Guedes
Torceu o
nariz; arrepiou desprezo, contempto, desdém.
Passou por
minha efêmera vida, como pássaro
Sonoro,
cantando de galho em galho, cão sem faro,
Mulher
faceira com balangandã, com berenguendém.
Destorceu
o chafariz da praça; arrebentou pandeiro.
Passou por
minha minúscula vida, como avaro
Vento pelo
ar atmosférico; joelho genuvaro
Em busca
da gravidade dorida; derradeiro
Tiro no
escuro ou bala perdida no apartamento.
Passou por
mim tão desgarrada da humildade fida,
Todavia
tão próxima da alma ferida e brunida.
Passou
feito furacão feroz de alucinamento.
Deixou-me
chaga famigerada: alucinógenas
Algemas,
que me agrilhoam a amores alienígenas.
7-9-2011.