Tarde Verrugosa

Edigles Guedes

Debruçado na janela do quarto,
Vejo um carro de boi a vagar estrada
Da hora. É meio-dia e o calor, ingrato infarto
De suores no intermúndio de mim, com zoada

Escaldante, chama-me para a sesta!
Aceito o convite de bom grado. Azo
De bate-papo na varanda. Fresta
De descanso em meio ao ramerrão frustrado…

O calor como sempre nada fala,
É silente tal qual ébria fornalha
Temulenta, espigaitada. Amígdala

De voz incongruente, a rede enjoosa
Balança-me nos braços em migalha
De sono, nesta tarde verrugosa.

10-4-2010.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...