Edigles Guedes
Desata-me a madrugada do ovário da noite.
A insônia das horas consome o relógio — grito
De toureiro com espada, na mão, e grande sorte
De capa vermelha, na esquerda de seu anélito.
Ainda ouço no frufrulhar de lençóis nossa cama:
Ebulição de orgasmos; travesseiros despidos
De lua e estrelas. Eis que fora começa a toleima
Dos automóveis em suas inépcias. O carpido
Coração, aleijão de amores, manqueja de perna
Torta. Está meditabundo; pois, a essa hora, os lençóis
Vazios dilatam vera solidão de baderna —
A solidão de abajur co’uma lucerna tênue.
Eu quero mui a mulher de desejos em caracóis,
Parida em minha cama, ao romper boca bilíngue!…
4-3-2010.
Inspire-se. Surpreenda-se. Viva com leveza. Aproveite os sonetos. O romance. A desilusão. O amor. Leia e curta.
Aquário de Vida
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