Edigles
Guedes
Trancaram
a porta do meu coração,
E jogaram
as chaves por rua afora.
Procuro-as
embalde; resta-me, agora,
Amar a
Senhora sem admoestação.
Que chaves
são? De que metal a forjaram?
Pois, se
cai, não fica no chão; se a pego
Em minha
mão, já escorrega. Chamego
Imenso
entre mim e você. Chegaram
Seus dedos
miúdos, apalpando a carne
Magra de
ossos moribundos. O farne
Ameaça-me
com sua faca lúbrica.
Que
indústria fabricou a porta que fecha
Esses
dedos sem chaves, que me flecha
O coração
empedernido e a túnica?
12-10-2011.