Edigles
Guedes
Bom e
preto. De cheiro preto, que subindo
Pelas
paredes escabrosas do intestino,
Vai
ligeirinho, espalhando seu odor ladino,
Odor de
joão-ninguém azedo e desavindo.
Embora
leve, consigo, essa carantonha
De
malquisto, ele tem o coração-tesouro
Do Brasil,
pois vale mais do que muito ouro
Na boca de
gente simples – lençol sem fronha.
Um mar de
escumas, com bolhas a estourar moinhos
E redemoinhos,
navega o açúcar límpido;
Tão
límpido que dá asco alvo, velcro estampido.
Vergam os
lábios murchos, de tortos caminhos,
Estrídulas
vozes de gozo matutino.
Café:
cachoeira de cárcere celestino.
1-10-2011.