Tuas mãos

Edigles Guedes

Assaltou-me aos olhos hórrida manchete:
Havia um bebê abandonado em tosco galho
De mamoeiro, dentro da mochila, aos frangalhos.
O umbilical cordão choraminga alfinetes!…

Entre incrédulo e indignado, deixei-me ficar
Na poltrona, atarantada com tamanha dor…
Indaguei-me, ensimesmado: – Por onde anda, Amor,
Que não vê agror do inocente, essa infância a minguar?…

Por onde anda, Amor, que não grita manifesto
Contra abominável descaso: que decreto
Gravado vil coração das gentes humanas?…

Amor, aborrecido, responde-me: – Caro
Poeta, não te espantes, pois ainda tens o faro
De teu cão a consolar tuas mãos tão amenas!…

22-8-2011.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...