Edigles Guedes
De manhã, céu com luz de Sol grávido
Rompe os grilhões da escuridão
noturna.
Insensato, nefando mundo ávido,
O qual devora a música soturna
Dos pássaros melodiosos, sonoros.
Debuxa os ventos prodigiosos quadro
De pintura inédita sem esquadro;
Cai — tal qual luva em caixa de fosfóros —
Perfeitamente bem vossos cabelos,
Engrinaldados de flores maviosas.
Enquanto eu, mavórtico, sigo ciosas
Asas da borboleta azul, mimosas:
Que sois vós — reles corrente sem elos,
Doces livros que não saíram dos
prelos.
24-3-2012.