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Desleixo



De resto, sobrou
Sorriso azedo,
Pitada de medo.
Espécie dobrou

De leda folia
Por quem me queria
E pouco que fez
Pra ter-me na tez


Colado jungidos.
Reféns compungidos.
Afetos detidos

Por simples o beijo.
Areia e seixo

Na praia, desleixo?

Autor: Edigles Guedes.


Figura



De mim, desperdícios.
Os olhos, bulícios.
A cócega torta
Na mão longilínea.

Olhares de morta.
Detém retilínea
Figura no beco
Da boca sedenta.

Sedenta por beijo,
Carícia e eco
Da voz. Acalenta

O ser por um queixo
Caído e jeito
De bravo o peito.

Autor: Edigles Guedes.


Beijo Ainda



Estendida sobre a relva canora,
Diligencia beijo fasto e primeiro.
Resistência pus. O bote labora.
De repente, estaca. Dedo vezeiro

Que procura meu cabelo em troca.
Cavalheiro, cedo nuca em palma.
Desatraca remo, mão desemboca
No pescoço meu, bendiz, me espalma.

Me rechaça olhar, fitando flamingo.
O patinho cai no laço em domingo
Promissor. Você me acha e perde.

Desabrocha lábios; beijo sussurra.
A primeira sova acúlea, que surra!
Jacucaca peja, pinta o verde.

Autor: Edigles Guedes.


Beijo



De quem comeu, a cara topázio,
Mas não gostou. O doce gatázio
De fora, pronto para degola.
Senhora minha, não me amola!

Estrada: ferro cicia na veia;
Concreto zune, voz titubeia;
Centelha fulge; freme candeia;
Martelo pune; prego incendeia.

Incauta, mão que pega a sombrinha;
A dita, ao vento baila, à tardinha.
A outra, cobre um riso, retido

No rosto rubro, fiel e franzido.
Desato mão que embioca vergonha.
Exponho: beijo vasto enfronha.

Autor: Edigles Guedes.

Madrugada



Madrugada rubra, um grilo late na esquina da rua.
Madrugada fulva, um cão cricrila no cimo da palma.
A palavra curva explode, rompe
no fronte do lacre.
O mistério solta cordas pífias, que cantam a mágoa.

O mormaço outorga vez ao orvalho, que tange calvário.
O silêncio mora ao lado, logo empalha a garganta.
Alumiar de poste torto e grude, que lâmpada cede.
Obsequiar de beijo a esposa rude, que célica dorme.

Ataviar de mimo o crânio curto, que oculta no leito.
O cajueiro seca dores; duras castanhas serenam.
Ingazeiro geme flores; folhas farfalham amores.

O morcego mede passos; caibros que estalam, dolentes.
Caboré tresanda; sonha em sortes, que encantam a vida.
Iludida voz desata, troco de quem matinava.

Autor: Edigles Guedes.


Se Deus



Se Deus quiser…
Um beijo deito
Na face lívida
De Dama vívida.

Se Deus disser…
Um peito feito
De linda pérola.
A mil, carola

Enruga alma…
Amante quedo
Por ti. O fedo

Do sol espalma
As luzes. Cedo;
Dilúvio tredo.

Autor: Edigles Guedes.


Ave Alígera

Uma pessoa com cão. E mais três pessoas. Todas numa ponte. Ao fundo, um pássaro voando alto. É um pôr do sol. O quadro usa as cores: laranja vivo, vermelho suave e preto nítido.



Voou minh’alma contrita: ajo por ida
Sem volta. Queira Deus!… que na partida,
Encontres o que não pude te dar;
O afeto que convinha com enredar;

O carinho solícito de duas
Mãos sem mágoas de agruras, ou sem nódoas;
O beijo que singelo, sem aleivosias;
O anelo — tal relevo sem falésias.

Vai!… Esquece-me o vulgar verme daninho!…
Rasga-me como um mau papel almaço!…
Risca-me de tua agenda, o pulcro ninho!…

Ave alígera vai!… Voe pra laço
De à toa passarinheiro! Cá, definho,
Perdido em minério de selva e aço.

3-4-2015.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...