As singelas flores, ao pé da cova,
Dormem já insones, pois jazem mortas;
São de meu amor por ti a pura prova,
Eu que vivo não, mas a Hora torta…
Esta, de asas guias tem, ainda chova
Canivete, nada carece, absorta,
A viver no mundo da Lua… Ah! Alcova
Do meu triste ser, ardil sem a porta!…
Que não sei se minto e o pranto cai…
Que não sei se sinto e o pingo sai…
Salta vale e campo, meu torso grito!…
O porém que dói, sufocado ai!
Que palpita duro, enforcado, atrai
A espada fria da alma ou rito.
Autor: Edigles Guedes.