Mostrando postagens com marcador Peito. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Peito. Mostrar todas as postagens

Tão Doce



Em doce troca
De seu tão doce
Amor, contente,
Prossigo. Rasgo

O peito; risco
O seu tão meigo
Renome; coro-me.
Fugaz beijoca

Em tez, qual couce
Soez, ridente
Em truz! Engasgo

Com cuspe; pisco
O olho leigo.
Afeto, goro-me!

Autor: Edigles Guedes.


Lençol



De branco, me cubro,
Do quengo aos plintos.
No leito, repouso
Depois de um dia

Maçante. O tédio
Desperta-me, sério.
No meio da noite,
Coragem palpita.

O peito, de rubro,
(E dentro que sinto?)
Me faz curioso.

O quê desafia?
Mulher, de açoite,
Fustiga a chita?

Autor: Edigles Guedes.


Altura e Largura



A essa altura,
O bonde partiu,
O peito tremeu,
A Lua gemeu.

A essa largura,
O conde ganiu,
O cão desistiu,
O gato moeu.

A essa altura,
Visconde bramiu,
O leito comeu.

A essa largura,
Responde coibiu,
O chão me encheu!

Autor: Edigles Guedes.


Balanço



A mão no balanço
Me causa abalo.
Vestido flutua.
No peito tatua

A voz caprichosa…
A mão que repousa
Em rude o homem…
A gata ditosa

Me causa estralo.
Cruel, dolorosa,
Que desce da nuvem.

E fingo que vejo;
E tudo desejo;
E nada alcanço.

Autor: Edigles Guedes.


Declaração de Amor



Declaro amor,

Que sinto por ti.
Incluso no peito
Me arde de jeito

Afeto benquisto.
Quieto, conquisto
O teu coração.
Detém-me calor

De mãos que afagam
A face secreta.
Me lança a seta,

Alveja-me. Vi
No piso um cão.
Os membros me chagam!

Autor: Edigles Guedes.


Paz



Além do mais,
Vagido traz
Saudade rude;
Ao peito, grude,

Por sóbria surda
Que não me quer
Em seu regaço.
O ah! abraço

Que laça troço,
Pescoço. Ouço.
Supõe me ter.

Que há demais?
Gentil a paz
De tão absurda!


Autor: Edigles Guedes.


Tino



Que fiz o papel
De dura a pedra?
Você, por haver,
Também, me causou

Desgosto no peito.
Estamos isentos
De culpa, sereia…
E sou menestrel?…

Canção, que desmedra,
Ardendo por ver
A ti, me botou

Alheio ao jeito
De teus sentimentos…
O tino refreia…

Autor: Edigles Guedes.


Figura



De mim, desperdícios.
Os olhos, bulícios.
A cócega torta
Na mão longilínea.

Olhares de morta.
Detém retilínea
Figura no beco
Da boca sedenta.

Sedenta por beijo,
Carícia e eco
Da voz. Acalenta

O ser por um queixo
Caído e jeito
De bravo o peito.

Autor: Edigles Guedes.


Confidente



Que vês? Cercanias?
Retém Ananias?
Convém litanias?
A fúria tinias?

Natal que passou.
Janeiro se foi.
Abril que tardou.
A chuva que
vai;

Porém, negativa.
Afirma o boi.
E
muge, furtiva.

No peito vidente
Cintila um ai!
Estou confidente…

Autor: Edigles Guedes.


Olhos



Aqueles olhos grandes
Que cortam voz de súbito.
E eu que sou o súdito:
Vassalo teu. Me brande

Espada, quis graúda.
O peito teu que pulsa.
Bater o sus! Expulsa
Os lábios teus, miúda?

No sonho vi: cavalo,
Ginete, mão de ferro,
A terra fértil, valo,

Castelo forte, tarde…
Aqueles olhos… Berro.
A alma ferve, arde!…

Autor: Edigles Guedes.


Tarde



O cais está semoto.
Os ais me são remotos.
O pátio é deserto,
Que vivo tão de perto!

E nesta hora má,
O pátio não que há;
O peito é que vinga.
Amor, serene! Pinga

Primeira gota. Chuva
Peneira, fina. Luva
Dormita. Luz adentra

Por fresta, gris. Concentra
Na frase:
Fúria cega,
Que tarde não me nega!

Autor: Edigles Guedes.


Lâmpada



Lá, fineza incandesce, estripulia
Boa. Cândida, pede-me um sorriso.
Logo eu que padeço, esquisito.
É moçoila decente que alumia

Essas frinchas, carentes por narciso.
Flor que flora, pendente, por quesito
Si de si, instintiva, descoberta.
Fulge fronte dourada, boquiaberta.

Meu xodó tremeluze e prossigo.
Para vante fascina, que beleza!
Sou amante das luzes, que castigo!

Fera brava, demais, em bojudo
Beiço, beija-me. Vítrea robusteza
Cala peito leviano e abelhudo!

Autor: Edigles Guedes.


Carcará



Cor carijó, o peito enfunado no arame.
Cerca farpada arrepia, os de olhos ditames
Fitos. À caça vítima segue, silente.
Come lagartos, cobras, sapinhos, oxente!

Vil solidéu no quengo, à espreita, solerte.
Face vermelha, rútila; seta adverte.
Bico a cutelo ofende, molesta o cujo;
Lâmina adunca abala civil caramujo!

Dobra pescoço, em dorso mantém sua cabeça,
Solta cantares doídos, sustém um “cará”.
Tine cansável e moído, um som findará.

Deus que te cuide, pés com moleira que meça!
Livre o Amor, também, me persegue, oportuno,
Para gastar sossego, a rudo gatuno.

Autor: Edigles Guedes.


Bactérias



As batatas fritas de tuas pernas,
Longilíneas, deitam-me afrontas ternas!
O que digo faz o sentido ou senso
A pular, de galho em galho, feito

O macaco sabe que seu defeito:
Os cambitos — laços demais extensos?
Escapole riso, vivaz pilhéria.
Recriminas; siso, exiges; léria.

Esticar o beiço por bruta birra.
Inflamar o peito de pulcra esfirra.
Desatar o bico de bicho em férias.

O que digo verte linguagem ácida.
O galgar de gata dengosa, plácida.
Destronar as tontas, gentis bactérias!

Autor: Edigles Guedes.


Se Deus



Se Deus quiser…
Um beijo deito
Na face lívida
De Dama vívida.

Se Deus disser…
Um peito feito
De linda pérola.
A mil, carola

Enruga alma…
Amante quedo
Por ti. O fedo

Do sol espalma
As luzes. Cedo;
Dilúvio tredo.

Autor: Edigles Guedes.


Flagelo sem Flauta

Casal abraçados. Um pé de árvore ao lado. Pássaros voando. E uma lua enorme, envolvendo o casal.



Quando vieste, eu disse assim: — Jamais
Escrevo outro soneto ou melodia!…
No entanto, ao fitar tão ingente cais
De doçura… Tal qual chuva serôdia,

Inunda o meu atroz ser sentimento.
Das entranhas no abismo, acolá, nasce
Esse flagelo sem flauta, tormento
Sem comento, apascenta-me que pasce.

Se vivo, eis que já não sei, ou morro;
Se respiro ou transpiro, acá; se corro
Ou fico. Sei lá… subo ou desço? Minto

A mim mesmo. Confesso, Amor, calo
No meu peito a linguagem ardente. Ralho,
Com as pernas bambas, caro Amor que sinto!…

3-1-2016. 

Memória de Lince



Eis a fotografia do teu rosto,
Pendurada no meu quarto e peito,
Onde bate (e como bate!…) tosco
Coração tão carente e mais doído!…

Eis a fotografia de tão tácita
Cútis tua — esse cálice que queima
Minha pele desnuda, e rude, e pálida,
Com teu hálito, má contrapartida…

Eis a fotografia de tão cálidas
Maçãs dos lábios teus — oásis suaves
Em deserto de areias inauditas…

Eis a fotografia assaz símplice
E tua, na tatuada grave lacre
Da minha acre memória, vago lince!…

Autor: Edigles Guedes.

Que Aljamia é Esta?


Que aljamia é esta, que queima
No meu peito solar?… Não é a língua
Dos bárbaros, em tanto que se teima;
Nem é a língua dos civilizados,

Que se escreve assaz com polidez!…
É a língua do livro das mil mágoas
Que faz ninho de mim na lucidez;
Em árvore um ninho, que atado,

Agrilhoa-me aos teus fulvos cabelos,
Tão dourados, com sua gravidade
De clara íris; tão esguios e belos,

Que os desembaraçam pétrea chuva
Minha em culta frágua, ó beldade!
Verte favo em mim, caras meles curvas!…

Autor: Edigles Guedes.

Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...