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Senhora



És a Senhora alquimias que ser?
És a Ilusão do bom modo sobejo?
Doce carícia grita no seu beijo.
Vivo, em curto, vago padecer,

Desde que foste: mar de xingamentos!
Venhas que forte e bela em vestidos,
Chitas de mui carmim, por mim curtidos!
Ardes-me dentro, lar de sentimentos…

Corpo danoso, deixa-me olhos pasmos!
Curvas palpáveis, põe-me em orgasmos!
Múltiplos beijos, leva-me às alturas!

Sorvo louváveis ares de perfumes,
Vindos de tua pele: faca e gumes!
Como você, subtil Dama, me atura?

Autor: Edigles Guedes.


O Infausto Navio


A que horas evacuei cais do Recife?…
A ponte movediça de aço e ferro,
Xucro manguezal, cal torpe, o meu erro,
A minha transgressão, o apelo, o arrife;

Tudo, o simples riscou tudo: ficou pra
Trás. Onde está o relógio de algibeira?
Cá está o pincenê sem eira nem beira?
Onde o supermercado foi sem compras?

Tudo, o simples riscou: cá, soçobrou
Neste mar tenebroso de sargaços.
Hoje, sou pé de peixe com puro aço.

Cabine, Capitão que tresdobrou
A ordem: — Seguir avante! Vá defronte
Ao mar pasmo!… Zarpei eu, ao horizonte…

7-2-2015.

Em pia sem Tampo


No mar trívio, o sol vejo a despertar,
Pintando de azul o horizonte em tela.
A Noite foi deveras chuvas tempestuosas;
As águas bravejavam tardias e impetuosas…

A vela com o vento vivia a flertar…
A Fúria cega, dor de gema amarela,
Queria porque queria tragar os mares,
Setenta de bocejos… Leme, ao léu, aos ares,

Voou… O infausto Navio foi-se a decertar
Com a Sorte e Azar — Cavalo alvo sem sela
A correr embestado por asfalto ou campo

De hipocampos… Eu, sim, deixei-me alertar
Por vãs rimas e estrelas sem rútilas trelas:
A vida — eis o naufrágio em pia sem tampo!…

7-2-2015.

Perdida é a Rosa



Sorri, ao passar o Tempo — macabro
Menino de asas, sequer um rosto…
Trocista, terrível, com peito glabro,
Propaga nas vidas um til desgosto…

Debocha das minhas galochas tolas,
Tal como debocha do passo à toa…
Perdido porque é nas róseas auréolas
Do parque da minha infância… Destoa

Genuíno do barco no mar (que sou!)…
Cruzando os sete já mares dantes
Singrados, embora secos… Estou

De sempre partida, sem um começo…
— Me dera que tudo fosse qual antes!…
Por isso, que, tempo ao tempo, eu te peço…

Autor: Edigles Guedes.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...