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Declaração de Amor



Declaro amor,

Que sinto por ti.
Incluso no peito
Me arde de jeito

Afeto benquisto.
Quieto, conquisto
O teu coração.
Detém-me calor

De mãos que afagam
A face secreta.
Me lança a seta,

Alveja-me. Vi
No piso um cão.
Os membros me chagam!

Autor: Edigles Guedes.


Mãos



Tenho duas mãos e os sentimentos.
Destas duas mãos, que me experimentam,
Brindam duas chamas de pensamentos,
Cada qual com ímpar se barafustam.

Destes últimos, restam-me lamentos
Fúteis, mórbidos;
gastam-me sedentos
Risos. Torre se torce em serpentes;
Pisos mirram , conforme cotangentes.

Lisos olhos devoram-me, tormentos
Úteis, frívolos, medram-me. Aguento
Firme, corro, abraço-te. Vivente,

Sinto os pés em lumes que me mutilam.
Cheiro manso acude. Que me fuzilam
Tuas duas mãos, acanhadamente.

Autor: Edigles Guedes.


Beijos



Quisera Deus! que sentisse vossos beijos,
Assim se sente o parir de mil desejos,
Que come siso de homem tão devoto
Aos vossos dogmas de fêmea mais garrida.

Quisera Deus! que cedesse vossas brigas,
Assim se cante o fluir de cem canhotos…
Que fome!… Piso o sujeito tão carente
De vossos crassos carinhos mais ausente.

Quisera Deus! que tecesse vossas teias…
Mulher pacata, mas sangue ferve em veias…
Que sede!… Sugo o leite; gosto muito

De mãos cruas, são-me benesses gratas, fruito.
Quisera Deus! que sondasse vo
ssos braços
Em longos beijos que dá-me vossos laços.

Autor: Edigles Guedes.


Gozo



Ser amado por quem nos ama
É a Dádiva, sim, na cama.
Quando, pálida, Dama calma
Uiva, rosna — delírio em alma!

Amo, macho escravo… Dedo
Méleo e móvel, que prende o medo…
Dentes doem; arregaçam, tredos…
Dentes moem; estragam, ledos…

Pés fenecem, abrolham — lírios
Cantam, brutos, ceitis delírios.
Mãos apalpam, procuram as mãos

Outras, rogam por beijos sãos.
Sou feliz no sentir, Pinóquio.
Gozo; e meço gentil delíquio.

Autor: Edigles Guedes.


Ave Alígera

Uma pessoa com cão. E mais três pessoas. Todas numa ponte. Ao fundo, um pássaro voando alto. É um pôr do sol. O quadro usa as cores: laranja vivo, vermelho suave e preto nítido.



Voou minh’alma contrita: ajo por ida
Sem volta. Queira Deus!… que na partida,
Encontres o que não pude te dar;
O afeto que convinha com enredar;

O carinho solícito de duas
Mãos sem mágoas de agruras, ou sem nódoas;
O beijo que singelo, sem aleivosias;
O anelo — tal relevo sem falésias.

Vai!… Esquece-me o vulgar verme daninho!…
Rasga-me como um mau papel almaço!…
Risca-me de tua agenda, o pulcro ninho!…

Ave alígera vai!… Voe pra laço
De à toa passarinheiro! Cá, definho,
Perdido em minério de selva e aço.

3-4-2015.


Aquário de Vida

À mercê dos favônios, Bisviver jigajoga, Bajogar a conversa, Retisnar os neurônios… Lida que se renova. Quem me dera essa trela… Fá...